Olá! Tudo bem com você?

Começo hoje contando um pouco da história do Zal, meu black goldendoodle (que mais parece um potro! rs).

Zal chegou de forma inesperada, eu não estava planejando ter um filhote tão cedo. Meu último filhote havia chego há 9 anos atrás, e nossos cães, já idosos, estavam requerendo muita atenção, principalmente com relação à saúde.

Recebemos um pedido do Instituto Magnus, parceiro do nosso projeto social Cão Inclusão, para avaliar uma ninhada de Goldendoodles, pois tinham ganho um filhote do criador e gostariam que eu escolhesse, para avaliar a possibilidade desse cão se tornar um cão serviço. Dois dias depois, estávamos lá eu e o Leo, avaliando minha primeira ninhada de Goldendoodles. Eu sinceramente não sabia que já havia criação no Brasil, e nunca tinha conhecido um cão desses, híbrido do cruzamento de poodles e golden retrievers. Tenho bastante experiência em avaliação de filhotes, mas não sabia muito bem o que esperar dessa ninhada.

Avaliei três filhotes da cor preta, que eram os que estavam disponíveis para doação. Numa ninhada de goldendoodles, várias cores podem aparecer nos filhotes, desde o branco, creme, apricot, vermelho, chocolate, até o preto, que é uma cor rara por ser recessiva, além de uma infinidade de cores mistas que podem vir de cruzamentos contínuos de goldendoodles com goldendoodles, sem inserir novamente o poodle ou o golden retriever nos cruzamentos. Por ser uma cor pouco desejada pelos brasileiros, os filhotes totalmente pretos são menos escolhidos, e por isso o criador os disponibilizou para doação para o Instituto Magnus (porém na minha opinião são um dos mais lindos; o preto sólido é impactante e um goldendoodle com a pelagem longa parece mais um urso do que um cão!).

Escolhi um deles, muito simpático e energético! Desde que comecei a avaliar filhotes em ninhadas, nunca encontrei um filhote perfeito, simplesmente porque eles não existem! Isso quer dizer que todo filhote possui tendências, umas boas, outras nem tanto, que podem se desenvolver ao longo da maturidade dele, e algumas dessas tendências, sendo conhecidas previamente, podem ser trabalhadas para não se desenvolverem completamente, como por exemplo a posse de recursos, a sensibilidade excessiva aos estímulos, ansiedade de separação, entre outras.

O filhote escolhido se mostrou alegre, curioso, um pouco sensível a barulhos, mas com boa recuperação, ou seja, após sentir os barulhos ele rapidamente voltava a entrar no “modo brincadeira”, como chamo. Quando avalio filhotes, preciso colocar na balança todas as características individuais de cada um. Ou seja, o filhote 1 pode ter características excelentes para o objetivo desejado, mas apresenta uma certa tendência à ansiedade de separação. Já o filhote 2, por exemplo, pode ser um pouco mais tímido, mas é muito receptivo à pessoas e gosta bastante de ser tocado. Analiso o objetivo da avaliação e qual dos filhotes, apesar dos pontos fracos, poderia ser adequado. Como disse, nunca encontrei o filhote perfeito. Logicamente já deixei de escolher um filhote em ninhadas inteiras, pois nenhum deles se encaixada nos requisitos mínimos do objetivo daquela avaliação. Não é fácil encontrar filhotes para serem cães de assistência, pois os critérios são bem mais específicos do que cães de companhia, por exemplo.

Enfim, estava eu, com um goldendoodle todo pretinho no colo, voltando para casa (foi tudo muito rápido: avaliação e entrega do filhote, tudo no mesmo dia!). Eu estava realmente muito curiosa sobre aquele filhote e como ele se desenvolveria.

Era carnaval de 2020, e já tínhamos uma pessoa na equipe que iria treiná-lo e que estava aguardando um filhote para a Cão Inclusão havia meses. Chegando em casa, o filhote explorou tudo muito bem, conheceu os cães e logo encontrou uma caminha para se deitar. Estávamos na sala e quando vi, o filhote estava no quintal, fazendo xixi no Weasy!!! Eu não podia acreditar que aquele filhote, que tinha chego há poucas horas, estava sobre o Weasy fazendo xixi. Ele saiu da sala e foi para lá, como se já tivesse sido treinado. Na hora pensei: – WOW, temos algo diferente aqui! Eu sabia que ele não havia sido treinado no canil, então esse comportamento dele foi realmente surpreendente. O auge do meu espanto foi quando estávamos no quarto, no andar superior da casa, no segundo dia dele aqui, e ele desceu as escadas e foi fazer xixi no Weasy. Eu pensei: – Gente, não é possível…

Como era Carnaval, decidi ficar com o filhote aqui em casa por alguns dias, já que o futuro treinador dele, solteiro na época, poderia estar curtindo o Carnaval…rs Pensei: – Poxa, ele não sabia quando o filhote viria, tudo aconteceu de supetão, e justo agora, no Carnaval, ele vai precisar ficar em casa o tempo todo para cuidar do filhote e não vai poder curtir a festa. Eu já não pulo Carnaval há muitos anos, prefiro ficar em casa com o Leo, os cães e minhas plantas! Me senti quase uma fada madrinha dele… rs e ficamos todos em casa.

Porém, nesse meio tempo, eu já estava encantada com o filhote. Não estava nos planos eu treinar um cão de serviço agora, já estávamos com o labrador retriever Zeus em casa, que eu havia escolhido há 9 meses, sendo treinado para ser um cão para auxiliar uma criança no espectro autista. Dois filhotes em casa? Meu Deus!! Nossa casa tem 113 m2, e já tínhamos 3 cães idosos. Ou seja, 5 cães, praticamente 1 cão a cada 22 m2… rs Mas a curiosidade sobre a raça foi maior! E acabei convencendo o Leo. Quando quero uma coisa, minha inteligência e criatividade afloram em um nível extraordinário. Ele praticamente não teve como dizer não 🙂

E aqui está, agora, nosso bebê mamute de pêlos negros e fofos como os de uma ovelha, me conquistando um pouco mais a cada dia. O resto da história, de como o Zal ficou definitivamente em nosso lar, conto em outro post! E, se você quer saber mais sobre esses grandalhões, entra no post da Bi, “a dama ou o vagabundo”, que ela te conta como surgiu esse cruzamento.

Até mais!! 🙂